quarta-feira, 16 de maio de 2012

Re-confirmando Bill Ward não tocará com Black Sabbath


Aí vamos nós de novo. Estava sendo preparada uma turnê e um álbum de reunião do Black Sabbath, Ozzy, Geezer e Tony já estão reunidos, mas quiseram ficar com mais dinheiro, assim pagando uma parcela extremamente inferior ao baterista Ward. Protegendo sua dignidade como homem e músico, ele se negou a participar da reunião, vários fãs ao redor do mundo (menos as retardadas viúvas do Heaven and Hell) ficaram do lado do baterista, torcendo o nariz quanto à atitude egoísta da banda. Até mesmo o segundo baterista da banda, Vinnie Appice apoiou Bill Ward quanto à toda a confusão, baseado em experiências passadas com o Black Sabbath. Com tudo isso rolando, Bill Ward ainda tinha esperança na humanidade dos velhos bandas da pioneira banda de heavy metal. Conclusão: a reunião não vai rolar, apenas 3 membros da banda farão os shows e o álbum, com o baterista que está na banda do Ozzy. Bill Ward publicou uma última carta aos fãs refletindo seus pensamentos e sentimentos:


"Queridos fãs do Sabbath, músicos e companheiros,
Eu sinceramente lamento informá-los de que após um último esforço para participar dos próximos shows do Sabbath, o fracasso de um acordo se manteve. Neste momento eu tenho que informar que eu não poderei tocar com o Black Sabbath  no show em Birmingham datado no dia 19 de maio de 2012, nem no Download festival no Reino Unido em 10 de junho de 2012. Além dessas, eu não vou estar no Lollapalooza em 03 de agosto de 2012.
É com o coração muito triste que vos trago esta notícia. Estava sinceramente com muita vontade de tocar com a banda, e eu estou muito, muito triste que isso não será possível. Esta afirmação é ainda mais difícil de escrever, eu estava particularmente animado em poder tocar ao lado de Tony Iommi após os tratamentos recentes a que ele foi submetido. Eu queria que isso se tornasse realidade.
Para expressar como me sinto sobre vocês, fãs do Sabbath, vou me expressar usando uma experiência que meu irmão, James, teve recentemente. Meu irmãos Jimmy vive no Reino Unido. Alguns dias atrás ele me disse que alguém o parou na rua e perguntou a ele 'Seu irmão vai tocar em Birmingham? O que está acontecendo? Eu fique na fila com meu filho e paguei uma grana pelos ingressos'.
O filho do cara é um jovem baterista. Ele quer ver o Sabbath, e ele quer ver Bill Ward na bateria.
Ao ouvir isso, me senti horrível. Eu não podia deixar de sentir algum ressentimento para com a impossibilidade de chegar a um acordo, as lembranças de onde viemos falharam, assim como a nossa união como irmãos, que um dia já fomos.
Para ser claro, eu não estou culpando os outros caras ou tentando encontrar falhas neles. Eu acho que não está sendo fácil para eles também, mas esta situação é realmente muito triste. É triste que isso tenha que acontecer. 'Isso' certamente deixará uma marca bem desagradável na memória. Esperemos que 'isso' seja curado com o passar do tempo.
Meu coração afundou quando Jimmy me falou sobre esse menino. Eu sei que este rapaz vai ficar desapontado, e eu não sei como mudar isso, a não ser colocar meus braços ao redor do menino e dizer-lhe que eu o amo.
Os fãs do Sabbath tem uma voz e um rosto. Para mim vocês são humanos, vocês tem famílias e desesperos. Vocês tem raiva e emoções, e neste momento, tanto quanto eu estou preocupado, assim como vocês, aquele garoto na Inglaterra também está. Eu não sei como mudar minha parte nisso a não ser colocar meus braços em volta de cada um de vocês e dizer eu os amo e que vocês saibam que eu estou muito, muito triste.
Durante todo este processo, que começou mais de um ano atrás, eu tive que me encarar novamente. Tive que me encarar e perceber que minhas ações indiretamente, ainda que involuntariamente, estão perturbando e prejudicando muitos de vocês. Eu acredito em meu coração. Eu não deveria ter feito esses shows aceitando os termos sugeridos. Eu fiz um juramento solene após os últimas apresentações na Europa e no Ozzfest que eu nunca voltaria a participar daquilo, que na minha opinião, era um contrato totalmente insatisfatório. Eu tenho de fazer alguma coisa, e por mais dolorosa que seja, eu estou fazendo.
Eu descobri sobre o show em Birmingham na segunda-feira dia 30 de abril através do anúncio na internet. Fiquei surpreso tanto pela data, e ao fato de que era em Birmingham. Sabendo que os contratos estavam ainda sendo costurados, eu fiquei chateado com idéia de que a banda iria tocar Birmingham assumidamente sem mim. Eu não tinha conhecimento prévio sobre data e local, e eu me senti totalmente excluído. Entramos em contato com o representante do Black Sabbath para ver se algo poderia ser trabalhado. Nesse meio tempo, minha equipe e eu, juntamente com nossos endorsers dos EUA, terminamos todo o planejamento necessário para uma partida rápida para o Reino Unido, não havia muita coisa para completar e todos estávamos aguardando mais ou menos desde meados de janeiro de 2012. O trabalho restante no Reino Unido foi confirmado pelos nossos endorsers da Europa e Reino Unido e nós estávamos prontos para ir até na sexta-feira, dia 4 de maio. Havia dois pontos de tensão: primeiro lugar, obter um acordo assinável, e em segundo lugar, chegar na Inglaterra com tempo suficiente. Além da descompensação horária [jetlag] tinham que ser levados em conta os ensaios, encontrar um lugar para os ensaios de bateria bem no coração de Birmingham, acomodações e organizações de viagens, mas tudo estava no lugar para o caso de um ensaio da banda ocorrer antes do show em Birmingham. Até agora tudo o que tinha sido combinado estava por minha conta, mas nós não avançamos sem uma confirmação concreta.
As comunicações entre o representante e meu advogado continuaram até o fim de semana, no dia 5 de maio, finalizando na quarta-feira, 9 de maio. A oferta que recebemos em 9 de maio era: 'Venham para o Reino Unido, tocar de graça e ver como será o primeiro show'. Fiquei tentado. Tocar de graça não teria sido um problema para mim, mas 'ver o que vai dar no primeiro show' deixou um elemento de risco que poderiam ter afetado o Download Festival. Minha idéia era de fazer um show completo em Birmingham, na íntegra. Fazer o Download e o Lollapalooza.
Eu tinha notificado ao representante que no dia 10 de maio era o meu limite, a fim de ser levado dentro do prazo para a Inglaterra. Na noite de 9 de maio, eu pedi para que enviassem uma carta ao representante pedindo para descobrir se não havia mais solução. Na manhã de quinta-feira, 10 de maio recebi uma resposta. Após consulta com os meus assessores e equipe, foi tomada a decisão de deixar de presseguir e parar.
Eu não posso priorizar os fãs do Sabbath fazendo um show mais importante do que o outro. Eu não posso fazer isso. Todos vocês são importantes. Em todos os shows ou mesmo em nenhum. Eu não poderei chegar a Birmingham e 'ver o que acontecerá' sabendo que há um risco de não tocar nem no Download ou Lollapalooza. Novamente, para mim, é tudo ou nada. Eu tinha que dizer 'não' para Birmingham, com a intenção de tocar em todos os shows.
Dizer não a Birmingham é muito difícil para mim. Minha família cresceu em Birmingham. O Black Sabbath cresceu em Birmingham. Ainda é minha cidade natal e tenho ressentimentos em ter que chegar a uma escolha tão difícil.
Embora a declaração feita de que 'a porta estará sempre aberta' para mim, como explicado acima, caminhar até aquela porta nem sempre é tão fácil como parece. Há muitas questões complicadas e problemas invisíveis e não claros. Posso garantir a vocês, que meus critérios em um contrato 'assinável' são baseado nos princípios conscientes, em respeito e reconhecimento da minha história dentro da banda.
Eu não guardo nenhuma raiva ou ressentimento para com os outros membros da banda. Eu os amo, eu sou tolerante com eles, eu estou frustrado com eles, pois eles podem estar comigo. Minha luta nunca foi com eles. Eu vou amá-los para sempre. Na minha opinião, ninguém ganha desta vez, a banda não ganha, os fãs que queriam a formação original não irão ganhar. Ninguém ganha, ninguém. Mesmo os que pensavam que seriam capazes.
Eu não queria tomar essa decisão, mas eu tenho que ser honesto e transparente. Esta é a declaração que eu não queria escrever. É a última coisa que eu queria fazer. Mas, eu escrevi isso, e agora torno isso público.
Desde a primavera de 2011, eu esperei pacientemente por um contrato assinável, vocês sabem do resto. Eu defendo o menino no Reino Unido, os alunos de bateria, os bateristas que fazem o seu papel, estou com os fãs do Sabbath que pedem 'Bill Ward' e perguntam 'porquê?' E eu estou com o Tony, Geezer e Ozzy.
Em uma nota final, mesmo que eu esteja fora dos próximos shows anunciados, vou permanecer com a mente aberta e uma posição de disponibilidade para negociar com os representantes do Sabbath no futuro.
Fiquem firmes. Fiquem seguros.
Com todo o meu coração e força, eu amo vocês, Bill Ward".


No final Bill Ward venceu, no coração dos fãs. Nunca vou deixar de olhar pros membros do Sabbath, mesmo o Ozzy que eu gosto muito, sem sentir um desprezo por terem estragado uma reunião por simples dinheiro, algo que eles tem de sobra.

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